Todos sabem que não sou fã do trabalho de Celso Roth. Desde de 2002, quando treinou o Inter, acompanho seus trabalhos por onde passa, e cada vez tenho menos motivos para apreciá-lo como treinador. É pouco ousado, conservador demais e tem medo de times muito inferiores ao seu. Roth não sabe usar um grupo grande e qualificado como o atual elenco colorado. Se atrapalha com as alternativas e não tenta criar fatos novos que possam surpreender seus rivais. Foi assim hoje contra o Novo Hamburgo. Escalou mal e deixou a equipe tal qual um time de "pinogol". Totalmente estático.
Sem poder usar os titulares, Roth escalou o que tinha de melhor. Não são maus jogadores, bem pelo contrário. Lauro, Índio, Guiñazú, Andrezinho, Sóbis, Cavenaghi, todos são jogadores que reunem totais condições de serem titulares. Agora, escalar um time para enfrentar o Novo Hamburgo, dentro do Beira-Rio, com três volantes, sendo que dois deles são Wilson Mathias e Glaydson, é pedir para ser vaiado. Andrezinho sozinho na armação não vai fazer milagres para abastecer Sóbis e Cavenaghi de qualidade incontestável.
Guiñazú e Mathias: Dois dos três volantes de Celso Roth
A carranca de Celso Roth faz com que o clube não consiga promover jogadores oriundos das categorias de base. Será que não existem laterais, tanto direito, quanto esquerdo, melhores do que Daniel e Juan nas categorias de base do Inter? Deve existir, mas o treinador não se dá nem ao trabalho de experimentar. Faz só o óbvio e isto fez com que ele fosse um perdedor na maior parte da sua carreira. Ano passado herdou um título de Jorge Fossati. Não sei se conseguirá outro triunfo no Inter. Pode ser que sim, mas terá que se reciclar.
O Inter precisa de novas idéias. Se não der com Celso Roth, terá que buscar outra alternativa. O torcedor está mal acostumado. Nos últimos anos foi muito feliz com técnicos ousados, como Muricy, Abel e Tite. Retroceder e ver seu time mais preocupado em não perder, deve doer, e muito.