quinta-feira, 31 de maio de 2012

AÇÃO DE RONALDINHO NA JUSTIÇA


9ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro
PROC. N. 0000681-71.2012.5.01.0009

Autor: Ronaldo de Assis Moreira
Réu: Clube de Regatas do Flamengo

Vistos ...
Por força de requerimento de antecipação dos efeitos da tutela contido na inicial, determinei que os autos me viessem conclusos, de imediato.
Trata-se de ação trabalhista em que o autor, conhecido jogador de futebol (“Ronaldinho Gaúcho”), cobra de seu clube, o Flamengo, salários em atraso, FGTS e demais vantagens.

Com tal mora, aciona o Judiciário com pleito de urgência, visando rescindir indiretamente o seu contrato, por culpa do empregador.
DECIDO.

A nova redação do art. 114, da CF, deixa patente a competência desta Especializada para conhecer da matéria.
Os elementos dos autos, bem como a notoriedade do assunto, indicam que o réu está, de fato, em mora com o autor, pelo atraso contumaz de salários e do FGTS.

Há missiva remetida pelo autor (por seu procurador) ao clube e à sua parceira Traffic, cobrando o pagamento dos salários atrasados. Ambos com aviso de recebimento.

Na sequência, sobreveio notificação extrajudicial ao réu, também com AR – todos anexados à estes autos.

O extrato do FGTS, por sua vez, indica flagrantemente a insuficiência dos depósitos.

A resolução indireta do contrato, a par de constar da lei, insere-se nos ajustes firmados pelas partes, vale dizer, essa possibilidade foi prevista expressamente.

De resto, incide, no caso, a regra da Lei 9615/98, do art. 31, da Lei 12.395, de 2011 c/c art. 483, d, da CLT.

Isso sem olvidar a premissa da Constituição Federal, que garante o livre exercício da profissão, no seu art. 5º, inciso VIII.

Se é certo que a intenção inicial do autor era cobrar o réu e permanecer atuando pelo clube, não menos certo é que a intensidade da mora já não lhe permite, sendo um direito seu buscar romper o vínculo para, dada as peculiaridades da profissão, aderir à uma outra entidade de prática desportiva da mesma modalidade.

Neste contexto, emerge patente o fumus boni iuris, constituído no débito contratual do réu (prova inequívoca); e o periculum in mora, posto caber ao autor desligar-se do clube inadimplente para ingressar em outra agremiação, dando continuidade à sua carreira – que, no caso deste atleta, já se aproxima do final (possibilidade de dano irreparável).

Inteligência: art. 273 do CPC e demais fundamentos das tutelas de urgência (em geral).

Logo, DEFIRO A ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA, para determinar a resolução indireta do contrato do autor, por falta grave do empregador, liberando-o do vínculo desportivo, na forma do art. 31, da Lei 12.395, de 2011.

Intimem-se as partes desta decisão, sendo o réu por oficial de justiça.
Oficie-se, com urgência, à Confederação Brasileira de Futebol (CBF), com cópia da presente decisão, liberando o vínculo desportivo do autor - com possibilidade de fixação de multa diária em caso de não cumprimento imediato.

Após, designe-se pauta de audiência.

Rio de Janeiro, 31 de maio de 2012.
ANDRÉ LUIZ AMORIM FRANCO
Juiz do Trabalho

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quanto vale Leandro Damião?

Em um raro momento do futebol, onde os jogadores de ataque mais cobiçados são os de movimentação e habilidade, eis que surge um centroavante. Daqueles de carteirinha, que não se preocupa em fazer gols bonitos. Daqueles que querem é ver a rede balançado, seja de cabeça, peito ou canela. O Brasil se curva diante de Leandro Damião da Silva dos Santos.

O jogador parece um veterano artilheiro. Frio, dedicado, esforçado e matador. Surgiu de forma arrasadora no Internacional sendo lançado por Celso Roth em plena final da Libertadores da América de 2010 e marcando o gol da virada sobre o Chivas de Guadalajara.

Damião, o matador, rindo sozinho com a boa fase

Os números impressionam, e levam aqueles que pensam estar extinta a função CENTROAVANTE a repensarem seus conceitos. São 73 jogos com a camisa do Inter e 43 gols. Só em 2011 são 31 gols, o maior artilheiro no país na temporada. Damião marcou gols em todas as competições que o Inter disputa: Gauchão, Libertadores, Copa Audi, Recopa e Brasileirão. Tem a mesma naturalidade para jogar contra os mais fracos times do interior gaúcho, como para enfrentar o Barcelona ou o Milan.

Damião foi convocado pela terceira vez para defender a Seleção Brasileira. Estará no grupo que enfrentará a Seleção de Gana, dia 05 de setembro, em Londres. O CENTROAVANTE de carteirinha, que já se afirmou no futebol Brasileiro vale quanto? 20, 30, 40 milhões de Euros?

A venda para a Europa que se aproxima cada vez mais vai mostrar em números o quanto ele vale. O certo é que a cada lance, a cada gol, a cada jogo que decide os valores vão aumentando e Leandro Damião vai se tornando o jogador mais cobiçado pelos clube Europeus e se transformado, talvez, em um nome praticamente certo na Seleção Brasileira para a Copa de 2014.

sábado, 13 de agosto de 2011

Os gerentes da dupla GRENAL

Neste sábado tivemos uma prova real da força dos gerentes executivos da dupla GRENAL: Paulo Pelaipe no Grêmio e Fernandão no Inter. O primeiro mostrou agilidade e que tem palavra. O Segundo mostrou pulso firme para administrar indisciplina.
Ao longo da semana o gerente tricolor mostrou que é competente na busca por reforços. Todos os contratados são oriundos de times da Série A, ao contrário do que se especulava que só havia jogadores disponíveis na Série B. Brandão, Edcarlos e Júlio César são jogadores de bom nível e antes de jogarem não podem ser contestados como contratações fracas.
A outra grande atitude de Pelaipe foi cumprir sua palavra. Antes de assumir o Grêmio disse que o atacante Lins não pode vestir a camisa tricolor, e não pode mesmo. Tanto não pode que o dirigente cumpriu sua palavra e rescindiu o contrato do jogador. Pontos para Pelaipe.

No lado vermelho Fernandão conduziu muito bem a negociação para contratar o novo técnico, Dorival Júnior. Demorou mas fez tudo dentro dos conformes e conseguiu a aquisição de um grande treinador. Em momento nenhum mostrou desespero. Fernandão teve a calma para fazer o acerto no momento certo.
Hoje caiu no seu colo um verdadeiro “case” para ganhar a confiança e o respeito do grupo. Andrezinho alegou estar insatisfeito com sua condição e três horas antes da viajem para Salvador pediu para não ser relacionado. Fernandão não passou a mão na cabeça. Foi para os microfones e classificou a atitude como LAMENTÁVEL e que vai tomar as medidas cabíveis para punir o atleta. Neste ponto Fernandão, que jogou com Andrezinho, mostrou que não leva em consideração a amizade e sim o profissionalismo. Pontos para Fernandão.

Os acontecidos servem pra mostrar que finalmente a dupla GRENAL está bem servida de profissionais de bastidores. Estão botando ordem nas cozinhas. Sejam Bem vindos Paulo Pelaipe e Fernandão.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Quem é Dorival Júnior

Quem se lembra de Dorival Júnior como treinador do Atlético-Mg não o contrata. Mas o trabalho de Dorival não se resume a esta frustrada passagem no Galo Mineiro. Dorival é muito mais do que apresentou em Minas Gerais. É um treinador da nova geração, apesar dos 49 anos de idade, mas que já conta com uma vasta experiência.
O trabalho de Dorival Júnior me chama a atenção desde 2007, quando treinou o Cruzeiro. Comandou um bom time, que não ganhou títulos, mas que teve uma ótima base formada e que dura até hoje. Logo em seguida se transferiu para o Coritiba, onde trabalhou em 2008 e também foi muito bem. Em 2009 fez uma campanha impecável que culminou com o título da Série B para o Vasco. Em 2010 todos lembram o primeiro semestre arrasador do Santos, que ficou com o titulo Paulista e a Copa do Brasil apresentando um futebol de nível altíssimo.
Além destes trabalhos citados, Dorival foi campeão por:
Figueirense: Campeonato Catarinense: 2004
Fortaleza: Campeonato Cearense: 2005
Sport: Campeonato Pernambucano: 2006
Coritiba: Campeonato Paranaense: 2008

Sobre desentendimento com as lideranças do time do Santos, em especial PH Ganso, creio que ele sempre esteve certo. Cobrou disciplina e não contou com o respaldo da direção. Essa história de que não sabe lidar com "estrelas" é a mais pura bobagem, já que no Vasco em 2009 trabalhou e muito bem com Carlos Alberto, talvez um dos mais indisciplinados do futebol Brasileiro.
Portanto, esqueçam o Dorival Júnior do Atlético-MG. Lembrem que o treinador tem uma carreira vitoriosa e trata-se de um ótimo formador de equipes.

Pra frente Brasil!

Nasci no final da década de 70. Ouvi durante muito tempo meu pai comentando dos grandes times formados para defenderem a Seleção Brasileira. Jogadores que eram estrelas do futebol mundial e que jogavam por amor à camiseta canarinho. Falava de Pelé, Garrincha, Tostão, Carlos Alberto, Gérson, Rivelino, Coutinho e outros tantos que tornaram o Brasil a potência que sempre foi.
Os anos passaram, eu fui crescendo e jamais havia visto o Brasil levantar um caneco mundial. Lembro vagamente da família reunida para ver a Seleção de 1982 (tinha apenas 5 anos de idade). Mas recordo que era um time que todos confiavam. Uma constelação de craques que acima de tudo gostava de jogar bola.
Aos 17 anos, já entendendo de futebol, acompanhei toda a trajetória da Seleção de 1994. Desde as eliminatórias até a conquista do tetra-campeonato. Havia, até ali, uma comoção nacional. Dava gosto de ligar a TV e acompanhar Taffarel, Dunga, Bebeto, Raí, Romário. Um timaço, que tinha na sua essência a vontade de fazer história. Não existia até ali o objetivo de usar a Seleção apenas para interesses pessoais. O conjunto foi formado com a intenção de recuperar a hegemonia do futebol mundial e lutaram até o final por este objetivo.
O tempo passou e mais um titulo chegou. O de 2002. Este atribuo exclusivamente a Luís Felipe Scolari. A esta altura do campeonato os jogadores já haviam se transformado em milionários da bola, e Felipão, com seu jeito paizão e ao mesmo tempo “jogo duro”, conseguiu levar o time na corda esticada.
Acabou! 2002 foi o último lampejo de uma Seleção que sempre encantou o mundo. Não faltam jogadores de qualidade. Falta, sim, amor à camiseta. Jogar porque gosta de defender o seu país e não para garantir contratos espetaculares no futuro. Tá na hora de parar de “mimar” as estrelinhas que se preocupam mais com os cabelos, as tatuagens, comemorações engraçadinhas e chuteiras coloridas e priorizar a bola rolando.
Faltam dois anos e meio para a Copa do Mundo. Tempo para ajustar e recuperar esta identidade existe. Mas aí o Brasil vai precisar do pulso forte de Mano Menezes, o respaldo da CBF e a compreensão dos jogadores. Possível é, mas no momento, me parece distante. Esperamos que neste curto espaço até a Copa, o trem entre nos trilhos e que a gente possa novamente dizer: PRA FRENTE BRASIL, SALVE A SELEÇÃO!!!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

DUPLA MUDANÇA

Grêmio e Internacional estão inovando na forma de administrar seus clubes. A tendência agora é um técnico a cada três meses. No Grêmio foram: Renato Portaluppi, Julinho Camargo e agora Celso Roth. Roth que começou no Inter, deu lugar a Paulo Roberto Falcão que deve ser substituído por Dorival Júnior ou Paulo Autuori. É muita mudança nos dois clubes, que nos últimos anos conquistaram seus principais títulos com a manutenção de treinadores.
O tricolor está e o Inter vai para o terceiro técnico, e mesmo assim não conseguem melhorar o futebol apresentado. O problema é só o comandante? Pelo jeito não! Os dirigentes estão perdidos, sem convicção e contratando apenas por contratar. Se ninguém consegue fazer milagre na dupla GRENAL, é porque faltam JOGADORES DE QUALIDADE.
No Grêmio a saída de quatro jogadores e a falta de reposição acabaram com todo o poderio que o time apresentou no segundo turno de 2010. Paulão, Fábio Santos, Souza e Jonas foram os balizadores das grandes atuações no Brasileirão do último ano. Saíram e quem foi contratado? Lins, que é fraco. Rodolfo, zagueiro regular, inferior a Paulão. Escudero, instável. Miralles uma incógnita. Lateral-esquerdo até hoje não se tem. Gilberto Silva, talvez, tenha sido o melhor reforço. Constatação?
O Inter sempre teve um grupo considerado forte, mas na prática não consegue comprovar. Achou um goleiro, Muriel. Perdeu Alecsandro, Rafael Sóbis e Cavenaghi e trouxe Jô, até agora não justificou a contratação. Nei é insuficiente para lateral-direita e não há reposição. A garotada da base tem talento, mas ainda não têm o respaldo necessário para tornarem-se titulares. Juan, zagueiro, Élton, volante, Oscar, meia, João Paulo, meia e Delatorre, atacante, são os melhores reforços, mas por virem das categorias inferiores, volta e meia acabam sendo preteridos pelos "medalhões".
A dupla GRENAL não se preparou adequadamente para a temporada e agora vem pagando por isto, com eliminação precoce da Libertadores e campanhas abaixo do esperado no Campeonato Brasileiro. Agora é rezar que melhorem para que, pelo menos, um Gaúcho esteja na Libertadores de 2012.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Temporada frustrante da dupla GRENAL

Após duas rodadas podemos fazer algumas análises sobre Grêmio e Internacional e suas respectivas participações no Campeonato Brasileiro de 2011. Como é de praxe, mesmo que não sejam, os clubes gaúchos entram na competição como favoritos, pelo nome, pela história, pela camisa. Estão no "bolo" de aproximadamente 12 candidatos ao título. Porém, na prática, não é bem isso que pudemos comprovar.

O Inter mudou, mas apenas o técnico. O desempenho continua o mesmo. Desde setembro de 2010 que o time colorado não joga absolutamente nada. Foi assim no Brasileirão do ano passado, na trágica derrota para o Mazembe no Mundial de Clubes, na Libertadores deste ano e no Gauchão, apesar do título conquistado sobre o rival.

Falcão chegou sob a alegação de que o time precisava de idéias novas. E o que estamos observando? Que o time é o mesmo do Celso Roth, com goleiro titular contestado, sem alternativa para a lateral-direita, zagueiros lentos e três volantes. Aonde se esperava uma melhora, se viu um decréscimo de qualidade e de vontade. O Inter tem um time perdido, desorientado e o mais grave de tudo, sem vontade. Podem notar que o time colorado não comemora seus gols e não está nem aí quando leva gols. Em 6 pontos disputados conquistou apenas 1, contra o time reserva do Santos. Algo precisa mudar, e creio que em primeiro lugar, a atitude, a indignação e a volúpia devem ser recuperadas. Se não for bem pela tática, pela técnica, pelo menos pode tentar ganhar pela superação.
O Grêmio tem diversos problemas, em várias posições. Problemas agravados pelo inexplicável número de lesões (ao todo mais de 20 lesões musculares na temporada). Se já não bastasse um número limitado de jogadores em nível de titularidade, o técnico Renato Portaluppi se depara seguidamente com a necessidade de criar alternativas em função dos problemas médicos. Para o grupo, a direção está se movimentando e já confirmou Miralles e Gilberto Silva, deve confirmar Marquinhos, talvez Paredes e um zagueiro. Só aí já são de 4 a 5 novas alternativas para o treinador. Resta solucionar o problema no departamento de preparação física e de fisiologia para estancar a quantidade de lesionados.

Quando da sua chegada, em meados de 2010, Renato conseguiu um excelente aproveitamento com o time tricolor, mas para isto, contou quase que em todas as rodadas com o grupo completo de jogadores. Ao Grêmio nunca faltou vontade, e sim, qualidade. Se conseguir agregar a esta vontade um pouco mais de qualidade, pode sonhar com algo maior no Brasileirão, caso contrário, passará o ano em branco.

A dupla GRENAL é decepcionante até aqui na temporada. Isso nos causa preocupação e frustração, porque sempre que um novo ano começa esperamos ver nossos maiores patrimônios esportivos brigando como gigantes e não como meros figurantes.